sexta-feira, 17 de outubro de 2014

2 EM - Dica de leitura - Habermas

Olá, pessoal, tudo bem?

Nossa discussão em sala sobre os dilemas da intersubjetividade e consequentemente da democracia, tal como pensa Habermas, me lembrou um texto que pode nos ajudar ainda mais no aprofundamento da teoria habermasiana.

Segue um trecho para lermos:


Ação Comunicativa e Mundo da Vida (clique no link para acessar o texto completo)

"Jürgen Habermas será o autor que buscará enfrentar os fantasmas detectados por Weber, Adorno e Horkheimer nos processos de racionalização societária. Estes autores mostraram em suas análises, o processo pelo qual o Iluminismo que, na forma da razão científica, surgiu no séc. XVIII como o grande agente de libertação social, de conquista da maioridade pelo ser humano, de destruição dos mitos, transforma-se ele próprio em um novo mito e consolida-se enquanto ideologia de dominação que legitima a sociedade capitalista. A dominação do homem sobre a natureza, converte-se em dominação do homem sobre o homem, em mundo administrado em nome da técnica, abrindo espaço para a eclosão da des-razão no seio da sociedade de consumo moldada pela indústria cultural. Para Habermas, a análise destes autores chega a um impasse porque eles trabalham com um conceito restrito de razão. Em virtude disto, eles confundem o processo de modernização capitalista, que é calcado na razão instrumental, como sendo a própria racionalização societária (Habermas, 1987a). Agindo desta forma, confundindo racionalidade do sistema com racionalidade da ação, estes autores só conseguiram situar a espontaneidade livre de reificação em poderes irracionais como o carisma, no caso de Weber, a arte, para Adorno e o amor, para Horkheimer."

Aqui, pessoal, podemos notar a distinção que Habermas coloca entre duas razões: a da ação do homem (humanamente constituída) e a do sistema que organiza a vida deste homem moderno.


Essa diferença nos ajuda a compreender como o conceito de democracia para Habermas pode, então, se vincular aos direitos: a democracia habermasiana pressupõe a razão da ação e expurga a razão do sistema a partir da sua auto-crítica.

Dica boa pra quem se interessar!

Abraço

Prof. Caio


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