A questão da saúde no Brasil é algo que está sempre em pauta quando se discute os problemas e a falta de investimentos do governo nos serviços básicos à população. Infelizmente, em Cotia não é nada diferente. Esse fato nos instigou a investigar mais a fundo essa drástica situação que tanto nos aflige.
A partir dos dados do último censo do IBGE (2009), percebemos a precariedade que nos circunda, como a falta de hospitais públicos capacitados para atender as necessidades da população cotiana. A cidade possui somente cinquenta e cinco estabelecimentos de saúde, sendo vinte e três privados e trinta e dois públicos, no qual apenas um é estadual, sendo que esse é o único hospital público que tem a capacidade de manter uma pessoa em internação completa, o que é muito pouco para uma população de duzentos mil habitantes. Dentre os privados, somente quatro possuem essa particularidade. Além disso, dois estabelecimentos públicos são coordenados por Organizações Não-Governamentais (ONGs). Procurando saber mais sobre o trabalho dessas ONGs, descobrimos que os dois estabelecimentos estão localizados nas redondezas da Granja Viana. A primeira delas é o Instituto Cisne, que desenvolve um trabalho que atende crianças, jovens, adultos e idosos, com questões psicossociais e de saúde.
A outra instituição encontrada é a Associação Social Santo Antônio (ASSA), que faz um trabalho que engloba saúde, esporte, lazer e educação. É possível deparar-se com aulas de caratê, futsal, vôlei, judô e até inglês. Quanto à saúde, desenvolve trabalhos análogos a um posto de saúde público, oferecendo vacinação, distribuição de medicamentos e consultas, com médicos gerais e especializados. Fomos até o local para entrevistar alguém ligado à instituição. Conversamos pouco tempo com a doutora Mia, médica geral do estabelecimento. Segundo ela, a saúde pública da região ainda é muito escassa e a ONG ASSA busca suprir essas necessidades básicas da camada mais pobre da população. Ela ressaltou o belo trabalho que a ONG desenvolve e que nunca havia trabalhado em uma ocupação tão gratificante quanto essa.
Em suma, um ponto importante que deve ser levado em consideração sobre essa questão das ONGs, que assumem o papel de liderança nos atendimentos à população, é a ineficiência do sistema de saúde pública municipal. A realidade é que as ONGs tomam o papel do Estado e do município, que por sua vez apóiam essa entrada, pois transfere todo o seu trabalho para a mão do terceiro setor, que utiliza desse meio para abater seus gastos no imposto de renda.
Ao analisar os dados atuais com o penúltimo censo (2005), percebemos que foram construídos cinco novos estabelecimentos de saúde pública, o que não é nada mais do que a obrigação do governo, visto que a população tem aumentado consideravelmente. Além disso, está sendo construído um novo hospital estadual, que será o maior estabelecimento de saúde pública de Cotia, buscando melhorar o sistema da região. Porém, como todos sabem, quantidade não é qualidade, e de nada adianta aumentar o número de estabelecimentos, se a qualidade dos mesmos continuam precárias. A grande maioria dos hospitais hoje existentes, não estão capacitados para suprir problemas mais graves, que necessitem de uma internação. Nota-se isso nos números de leitos, que são muito poucos.
Espera-se que o governo do Estado de São Paulo e do município de Cotia, se preocupem mais com esses serviços básicos à população, visto que não só a saúde é precária. Também outros fatores, como o saneamento básico, envolvem a melhoria no tratamento de água e na distribuição do lixo, pois esse é um dos pontos que acarretam no aumento do número de pessoas nos hospitais e consequentemente um aumento no número de mortos.
A população deve sair dessa zona de conforto em que se encontra para cobrar as mínimas condições possíveis para que se inicie um desenvolvimento geral da cidade. O trabalho é árduo, mas extremamente necessário, e caso não ocorra, a cidade nunca se desenvolverá.
https://www.youtube.com/watch?v=OM-Rkx13weA (Vídeo 1 - Doralice - Saúde Cotia)
https://www.youtube.com/watch?v=U3t8kJ3aX14 (Vídeo 2 - Francis - Saúde Cotia)
Por: 3º E.M. Diego (05), Felipe R. (07) e Sophia (19).
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